Uma empresa investir em sua própria marca e nos seus próprios processos de contratação é algo corriqueiro. Desde a década de 1990 essa prática vem tomando corpo: a de ser objetivo de carreira, de se tornar uma empresa “desejada” para se trabalhar, e assim atrair os melhores profissionais.
Esse é o employer branding, queconsiste em pensar estratégias e ações para que sua marca seja atrativa como entidade empregadora. Um bom ambiente de trabalho, um pacote de benefícios sedutor, plano de carreira promissor. É bom para imagem da empresa, claro. Para checar, basta rolar a barra do LinkedIn que encontraremos alguns bons exemplos. O Boticário, Natura, Google, Ambev, entre outras companhias do mercado, são empresas com reputações positivas em plano de carreira. Mas será que, hoje em dia, isso é tudo? Eu acho que não. Há mais pontos a se explorar.
E se as companhias investissem, de fato, na marca pessoal dos seus funcionários? A novidade é pensar na marca da empresa e na do empregado concomitantemente.É bom para todo mundo. O colaborador sai ganhando, já que ele também é uma marca – mesmo que sem perceber – e reconhece as suas potencialidades. Já a empresa, além de ter na sua equipe um colaborador engajado – o que ajuda o negócio a crescer – conta com mais uma pessoa levando o nome da marca por aí.
Hoje sabemos que uma marca é muito mais do que o CEO, é toda a equipe. As pessoas gostam de saber o que é compartilhado por pessoas. Do contrário, as redes sociais não fariam tanto sucesso. Um funcionário que sabe as suas expertises leva o nome da empresa além dos trâmites comerciais. Ele comunica, inspira e vira referência. E o que é verdadeiro transforma-se em reputação.
A marca pessoal do colaborador é algo vivo, que foge do controle do empregador, já que é construído de forma coletiva. Por esse motivo, já acontece organicamente. Mas tem muito mais força se for uma estratégia bem pensada e construída de forma colaborativa. Colocando em prática, na era digital que vivemos, é fazer dos funcionários embaixadores da marca, influenciadores.
Mas, claro, as expectativas precisam estar alinhadas. É preciso identificar as necessidades e desejos dos funcionários e fazer com que eles se conheçam e se reconheçam. A partir do momento que o profissional entende sua marca e trabalha nessa construção, a marca da empresa se fortalece. Ele passa a ser a empresa personificada. Para quem vê de fora, o funcionário também passa a ser um “desejo”. “Quero trabalhar nesta equipe”, “Quero aprender com Fulano”, “Quero ser referência também”.
Uma empresa que é bem vista pelos seus funcionários – e na qual eles também são marca: profissionais bem-sucedidos – é ainda mais bem vista pelo mercado. Investir na marca pessoal dos funcionários não é tiro no pé. É estratégia.
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