Nas últimas duas semanas, diversos jornais liberaram o acesso aos seus conteúdos; sites de cursos online passaram a oferecer aulas gratuitas; editoras de livros digitais têm disponibilizado vários títulos, sem custos. Em tempos de quarentena, as oportunidades para começar novos projetos, imergir nos estudos e manter-se produtivo surgem de todos os lados.
As iniciativas são muito bem-vindas, é claro. Mas, ao menos por um momento, gostaria de propor um desvio de olhar do excesso de informações para preconizar outra abordagem: o autoconhecimento.
Algumas profissões menos ligadas ao ambiente digital se viram, no home office, realmente com mais tempo para si. Fluxo de trabalho reduzido, ganho de tempo com a ausência de deslocamento é a realidade de alguns profissionais – majoritariamente sem filhos, deve-se frisar. Nesse cenário, a necessidade de manter-se produtivo, valor que tem sido divulgado excessivamente nas mídias sociais nos últimos dias, é exaustiva. E não é a única saída, e talvez nem a melhor, para superar a crise.
Como já falou brilhantemente a especialista em desenvolvimento humano Susanne Anjos Andrade, em entrevista para a Forbes, a quarentena também pode ser uma oportunidade para exercitarmos um olhar interior. “Quando isso acontece, lidamos melhor com qualquer situação. Podemos sair dessa crise muito mais conscientes do nosso propósito”, explica.
Autoconhecimento
Ter consciência do seu propósito é essencial para quem busca realização pessoal e profissional – especialmente em meio à crise, na qual, para alguns profissionais, é tempo de se reinventar.
Nesse cenário, é preciso extrair o melhor de nós mesmos. E só com um olhar atento para suas forças, fraquezas, limitações e oportunidades de crescimento será possível construir um plano de ação eficaz, que seja capaz de potencializar as suas forças em tempos de fragilidade.
Para a especialista, uma das ferramentas que proporciona essa visão mais aprofundada sobre si são os testes de personalidade, como a brasileira Beheavy e outras opções gratuitas, como o 16Personalities. Concordo, mas acredito que o verdadeiro autoconhecimento é uma visão formada por duas camadas igualmente importantes: a autopercepção somada à percepção dos demais sobre nós.
Durante uma autoavaliação, é muito fácil ter uma percepção equivocada sobre si mesmo. Existem centenas de pesquisas que apontam as discrepâncias entre como eu me vejo e como os outros me veem, dando como cenário possível e provável uma autopercepção pouco crítica. Por isso, compreender a visão dos outros sobre nós é fator essencial para a construção de um autoconhecimento verdadeiro.
Uma ferramenta eficaz
Por isso, acredito no processo de branding como ferramenta para trabalhar o autoconhecimento de forma profunda e eficaz. A partir de uma abordagem multidisciplinar, que mescla técnicas e métodos de áreas como psicologia, marketing e comunicação, a proposta do branding é provocar justamente essa reflexão multidirecional: como eu me enxergo? Como os outros me veem? E, mais importante: como eu gostaria de ser visto?
Aproveite a quarentena para trabalhar esse olhar para si e responder às questões. E se precisar de ajuda no processo, estou à disposição.
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